Centro de Artes do Arrabal

O património construído e natural é um dos sinais de identidade de um local, contribuindo de forma significativa para a história das localidades e valorização da sua imagem. As escolas do plano centenário, com a sua arquitetura típica, acabaram por se tornar uma imagem de Portugal, existindo um exemplar em quase todas as localidades do país, como é o caso da localidade de Várzea, na freguesia de Arrabal. Neste contexto as identidades local e nacional fundem-se num objeto arquitetónico. O edifício em causa tem como data de conclusão o ano de 1970, sendo uma marca patrimonial de elevado valor. Neste sentido, associado a este desenho arquitectónico une-se também a história de uma comunidade de gerações que carregam consigo memórias de amizades, ensinamentos, aprendizagens e histórias de vida, que jamais se alienarão do percurso resultante da vivência deste espaço. Foi pois missão da Junta de Freguesia, em colaboração estreita com uma equipa de trabalho, impedir que tal nobre significado pudesse partir do cunho das nossas gentes e eis que surge a ideia de criação do Centro de Artes do Arrabal, espaço que pudesse dar palco a uma metamorfose da educação pedagógica em cultura, arte, património, etnografia e demais riquezas fundidas e integradas num trabalho conjunto e de rede de elevado potencial de união associativa da freguesia.
O Centro de Artes do Arrabal será uma estrutura local, inicialmente tutelada pela Junta de Freguesia, com a missão de apoiar o desenvolvimento e projeção artística, etnográfica, patrimonial e cultural, consolidando uma programação regular, promovida pelo movimento associativo e institucional da freguesia, em colaboração estreita com demais instituições e parceiros externos. Será palco de talentos coletivos e individuais que ilustrarão esteticamente as áreas da música, fotografia, pintura, poesia, dança e do teatro. Com o objetivo de promover um contacto mais próximo entre a comunidade, o equipamento que será munido por uma sala multiusos, uma zona expositiva, uma biblioteca, uma cafetaria, e espaço lúdico e de lazer ao ar livre, dará ainda resposta em termos de programação a diversos públicos alvo: crianças, famílias, público em geral, seniores, e pessoas portadoras de deficiência. São deste modo de destacar como principais objetivos deste projeto os seguintes:
– Promover o estreitamento de laços entre a comunidade através da concretização de projetos comuns mediados pelas artes;
– Divulgar e promover os talentos individuais artísticos da freguesia;
-Integrar a riqueza artística e cultural da freguesia numa programação sólida, pautada pela diversidade e qualidade que a caracteriza, no espelhamento de diferentes linguagens artísticas;
– Oferecer uma programação artística, formativa e educacional que possa dar resposta a diferentes públicos alvo;
– Rentabilizar a sabedoria de anteriores gerações para divulgar e manter vivas as memórias e tradições;
– Sensibilizar e formar novos públicos, desenvolvendo o seu sentido estético, criativo e crítico;
– Firmar parcerias que promovam o enriquecimento das atividades a dinamizar, contribuindo igualmente para a sustentabilidade do projeto;
– Contribuir para uma programação artística de qualidade num trabalho direto e de rede com as instituições e associações da freguesia e demais equipamentos culturais a nível regional, nacional e internacional, de forma a potenciar competências no âmbito da formação, criação e integração artística.
A Junta de Freguesia, ciente do significado que este Centro de Artes representa para o desenvolvimento da freguesia, agradece a toda a equipa de trabalho, que ao longo do últimos anos se envolveu neste projeto, manifestando todo o apoio e disponibilidade no desenvolvimento dos esforços necessários, quer em termos físicos, quer logísticos e de programação. Integraram a referida equipa Rui Santos ( Vale de Santa Margarida) , Ana Paula Vieira ( Cardosos), Célia Carvalho ( Várzea) , Jorge Ferreira ( Freixial), Fernando Brites ( Soutocico) , Jorge Bernardino ( Soutocico) , Luís Bernardino ( Parracheira) , Sandra Neves (Freixial), Renato Brites (Martinela/Vale de Santa Margarida) e Helena Brites ( Martinela/Arrabal), todos naturais da freguesia de Arrabal. Prestaram ainda o seu aconselhamento técnico, o maestro Mário Gomes (Arrabal) e os leirienses Adélio Amaro e Nuno Salgueiro.
Um agradecimento muito especial ao Município de Leiria nas pessoas dos seus presidentes Drs. Raúl Castro e Gonçalo Lopes, e à senhora vereadora da cultura, Dra. Anabela Graça, pelo facto de acreditarem neste projeto, espelhando a sua disponibilidade em termos de apoio e investimento.

“ Que viva eternamente este povo que tanto nos orgulha e nos enche a alma de música, no folclore, na arte coral, na dança, elevando bem alto a nossa cultura e sabedoria populares a patamares que nenhuma outra mão alcança”- poeta Fernando Brites